No primeiro ato: um piquenique nas ruínas. Por Flora Thomson-DeVeaux.
No segundo ato: todo dia é 14 de março de 2018. Por Carol Pires.
Ela foi uma próspera cidade cafeeira, como muitas. A cidade ascendeu e caiu junto com a cafeicultura, como muitas. Mas o capítulo final dela é uma história à parte. A primeira cidade tombada e destombada no país também foi a primeira cidade destruída no Brasil por uma obra de engenharia –e a primeira de muitas comunidades brasileiras a dar lugar às águas de uma represa. Mas então por que tão pouca gente já ouviu falar de São João Marcos? E como é que dá pra visitar uma cidade afogada sem molhar os pés?
Numa noite como tantas outras, Fernanda pegou carona com uma amiga para voltar pra casa. Além de serem muito próximas, as duas também trabalhavam juntas. Foram pelo caminho falando amenidades e planejando o dia seguinte. Até que, no meio do caminho, Fernanda não viu – mas ouviu – uma rajada que mudou pra sempre os rumos da sua vida e do país. Dali em diante, ela precisou contar e recontar o que aconteceu naquela noite como narradora única dessa história. Até que, meia década depois, outra pessoa admitiu estar presente naquela cena.
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