Um autor que é sempre redescoberto, e um obstáculo que não sai da frente
20 JUN 2024No primeiro ato: o encontro de duas mulheres com um bruxo. Por Flora Thomson-DeVeaux.
No segundo ato: uma cabeçada que não para de ressoar. Por Alisson Azevedo.
Em 2010, Flora Thomson-DeVeaux abriu um livro sem saber o que esperar e saiu transformada. Em 2024, ela se deparou com um espelho da experiência dela: a booktoker Courtney Henning Novak, no percurso literário dela pelo mundo, tinha escolhido ler Memórias póstumas de Brás Cubas como representante do Brasil. No entusiasmo da Courtney, a Flora se reviu –e reviu também os jeitos que Machado tem sido “descoberto” pelos anglófonos ao longo das últimas décadas.
Quando Alisson era criança, o brinquedo preferido dele era o telefone –para desespero dos pais, que chegaram a trancar o aparelho depois de receber contas astronômicas. Quando ele foi para o internato, o orelhão era um refúgio, um vínculo com o mundo exterior. Mas quando ele começou a desbravar a cidade sozinho, enquanto homem cego, os telefones públicos brasileiros se tornaram os maiores inimigos dele.
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