No primeiro ato: como um causo de 1993 ajuda a explicar a intentona de 2023. Por Branca Vianna
No segundo ato: o que uma caipirinha nos conta sobre as dificuldades de acesso à energia na Amazônia. Por Bárbara Rubira
Quase trinta anos antes de os apoiadores dele tentarem derrubar a democracia brasileira, Jair Bolsonaro subiu à tribuna da Câmara dos Deputados e ameaçou isso mesmo: ele se disse a favor da ditadura e do fechamento do Congresso. Ao longo das décadas, esse tipo de bravata golpista ficou quase banal, de tão repetida. Mas o caso de 1993 foi diferente. Em 1993, Bolsonaro correu perigo de perder o mandato e até ser preso. E o que levou ele a sair incólume nos ajuda a entender o caminho que trilhamos até aqui.
O pesquisador Rodrigo Cassis passou os últimos dois anos mergulhado no mundo do Bolsonaro, tentando mapear os jeitos diferentes que ele testa e testava os limites das instituições, e essa história de 1993 o chamou particularmente a atenção. Numa conversa com a Branca Vianna, ele explica o contexto por trás da fala do Bolsonaro, como a reação imediata dá conta de que os congressistas colegas dele perceberam a gravidade do que tinha acontecido, e a tortuosa sequência de eventos que fez com que nenhum castigo viesse.
Em uma pousada no Médio Solimões, no Amazonas, uma turista estrangeira pede uma caipirinha. Mas acaba ficando sem o drinque porque a pousada está sem gelo. Para comprar gelo na cidade mais próxima, a pousada tem que enfrentar a concorrência dos vários pescadores da região, que demandam quantidades enormes. Fabricar gelo na própria pousada é inviável, porque a demanda de energia seria muito grande. E ter energia elétrica para manter uma pousada funcionando no meio da Floresta Amazônica já não é tarefa fácil.
(Essa história foi produzida com o apoio do Instituto Escolhas, que desenvolve estudos e análises sobre temas relacionados ao desenvolvimento sustentável e desafios socioambientais)
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