Dá pra contar uma história em qualquer formato, mas tem história que fica melhor em áudio
17 NOV 2022Qual é a diferença entre consumir um conteúdo escrito, em áudio, ou em vídeo?
O primeiro episódio de Rádio Novelo Apresenta traz duas histórias em que ouvir as vozes faz toda a diferença na absorção do material.
No primeiro ato, o pesquisador Carlos Fico – que conseguiu acesso a gravações do Superior Tribunal Militar da época da ditadura – reflete sobre a diferença entre ler e ouvir processos de crimes de estado. Por Vitor Hugo Brandalise.
No segundo ato, os efeitos inesperados de um exercício de “listening”. Por Paula Scarpin e Flora Thomson-DeVeaux.
APRESENTAÇÃO ATO 1
Em meados de 1974, o general Ernesto Geisel, quarto presidente do regime militar, mandou comprar microfones e gravadores de rolo para instalar em órgãos públicos em Brasília. Ele ordenou que as sessões do Superior Tribunal Militar e de outras cortes superiores fossem gravadas.
Por quase cinquenta anos, todos os áudios que aqueles microfones captaram – inclusive os julgamentos dos chamados “crimes políticos”, que tinham um impacto enorme sobre a população civil – ficaram sob sigilo no arquivo do STM em Brasília.
Em 2017, o historiador Carlos Fico, professor titular de História do Brasil na Universidade Federal do Rio de Janeiro, finalmente conseguiu acesso às gravações confidenciais. Desde então, ele tem passado cinco horas por dia escutando as sessões do STM.
A pesquisa com esses áudios não passou incólume às turbulências políticas que têm marcado o Brasil: por causa desse trabalho, o historiador vem recebendo ameaças e pediu proteção a um órgão de segurança.
Para este programa, Carlos Fico compartilhou uma série de áudios – muitos deles inéditos –, que ajudam a ampliar a compreensão de como o Estado brasileiro lidava com os crimes que cometia na ditadura.
APRESENTAÇÃO ATO 2
Os pais de Guilherme Alpendre (diretor executivo da Rádio Novelo) fizeram questão de que ele estudasse inglês durante a infância e adolescência. Aos nove anos, ele entrou na única escola de inglês que havia no bairro em que eles moravam, na periferia de São Paulo –a American School.
A American School era uma escola de um homem só. O professor Ederaldo Ramos da Silva não só dava todas as aulas, como fazia ele mesmo as apostilas e juntava material didático audiovisual, com vídeos dos anos 70 da BBC e fitas cassete que ele garimpava em sebos pela cidade.
Algumas dessas gravações estão tatuadas na memória de Guilherme – não só porque ele as ouviu um sem-fim de vezes ao longo do curso, mas também porque elas têm um apelo emocional peculiar.
Carolyn Graham apresenta o Jazz Chants a professores de inglês na Embaixada dos Estados Unidos na Tunísia Foto ©U.S. Embassy in Tunisia
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