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Episódio 79

O progresso chegou

Uma noite iluminada e uma história soterrada

30 MAI 2024

No primeiro ato: um quilombo entra na rede, pro bem e pro mal. Por Caio Santos e Núbia Matos.

No segundo ato: os que ficaram embaixo da nova capital. Por Bárbara Rubira.


APRESENTAÇÃO ATO 1
E a luz se fez

Em 2001, houve uma pequena revolução em Mumbuca, uma comunidade quilombola no Tocantins: do nada, sem que ninguém tivesse pedido, a comunidade foi conectada à rede elétrica. Pela primeira vez, os artesãos do capim dourado podiam trabalhar de noite, as crianças se maravilhavam com a televisão… mas o que veio a reboque foi uma ameaça existencial.


APRESENTAÇÃO ATO 2
Juscelinomys candango

Brasília, 1960. Durante a terraplanagem de um terreno, um grupo de operários encontra rastros e ninhos de um animal: um rato. Os bichinhos acabaram na mão do pesquisador João Moojen, que percebeu que era um tipo de roedor que nunca tinha sido catalogado. Não era apenas uma espécie desconhecida, mas um novo gênero de roedores também. A espécie recebeu o nome de Juscelinomys candango, o “rato-candango de Juscelino”, em homenagem ao presidente desenvolvimentista e aos operários responsáveis pela construção da capital. Mas depois de ser avistado e catalogado pela primeira vez, o rato-candango nunca mais apareceu. Não há registro de que outros exemplares da espécie tenham sido encontrados. Teria a construção de Brasília decretado o fim da espécie, com a perda de seu habitat?

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Juscelinomys candango, ou

Juscelinomys candango, ou “rato candango”© Domínio Público

Exemplar de Juscelinomys candango

Exemplar de Juscelinomys candango© Foto de João Alves de Oliveira, presente no artigo “Os desaparecidos do Antropoceno”, de Juliana Fausto

Monumento em memória dos candangos sacrificados de Brasília. Brasília, DF

Monumento em memória dos candangos sacrificados de Brasília. Brasília, DF© Artigo “Jornalismo, história e memória: Análise da cobertura jornalística do incidente na Pacheco Fernandes em Brasília no governo JK”, por Alexandre Ferreira Nonato

REFERÊNCIAS DESTE EPISÓDIO

Instagram do Quilombo Mumbuca

Podcast Viver Mumbucar

Instagram do podcast Viver Mumbucar

“Uma escrita contra-colonialista do quilombo Mumbuca Jalapão – TO”, dissertação de mestrado de Ana Mumbuca, 2020

“Os desaparecidos do Antropoceno”, Juliana Fausto, 2014

“Os mil alertas para a crise climática”, Marcos Ramos, Quatro cinco um, 2022

Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, Volume II – Mamíferos, ICMBio, 2018

Juscelinomys candango na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da International Union for Conservation of Nature (IUCN)

“Conheça o roedor brasileiro que está desaparecido há mais de 60 anos”, Nicole Januzzi, G1, 2021

“Brasília, onde os ratos tomaram o lugar dos candangos”, Reuber Brandão, ((o))eco, 2013

Conterrâneos Velhos de Guerra, Vladimir Carvalho, 1992

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créditos do episódio
Apresentação Branca Vianna
Reportagem Caio Santos, Núbia Matos e Bárbara Rubira
Direção criativa Paula Scarpin e Flora Thomson-DeVeaux
Direção executiva Guilherme Alpendre
Gerente executiva Marcela Casaca
Gerente de produto e audiência Juliana Jaeger
Produtores sêniores Bia Guimarães, Carol Pires, Évelin Argenta, Sarah Azoubel e Vitor Hugo Brandalise
Produtoras Bárbara Rubira, Natália Silva e Júlia Matos
Checagem Caroline Farah e Luiza Silvestrini
Música original Kiko Dinucci
Música adicional Blue Dot
Mixagem Pipoca Sound
Desenvolvimento de produto e audiência Bia Ribeiro
Coordenador de ilustração e design Gustavo Nascimento
Analista administrativa e financeira Thainá Nogueira
Estagiária Isabel de Santana
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