No primeiro ato: um quilombo entra na rede, pro bem e pro mal. Por Caio Santos e Núbia Matos.
No segundo ato: os que ficaram embaixo da nova capital. Por Bárbara Rubira.
Em 2001, houve uma pequena revolução em Mumbuca, uma comunidade quilombola no Tocantins: do nada, sem que ninguém tivesse pedido, a comunidade foi conectada à rede elétrica. Pela primeira vez, os artesãos do capim dourado podiam trabalhar de noite, as crianças se maravilhavam com a televisão… mas o que veio a reboque foi uma ameaça existencial.
Brasília, 1960. Durante a terraplanagem de um terreno, um grupo de operários encontra rastros e ninhos de um animal: um rato. Os bichinhos acabaram na mão do pesquisador João Moojen, que percebeu que era um tipo de roedor que nunca tinha sido catalogado. Não era apenas uma espécie desconhecida, mas um novo gênero de roedores também. A espécie recebeu o nome de Juscelinomys candango, o “rato-candango de Juscelino”, em homenagem ao presidente desenvolvimentista e aos operários responsáveis pela construção da capital. Mas depois de ser avistado e catalogado pela primeira vez, o rato-candango nunca mais apareceu. Não há registro de que outros exemplares da espécie tenham sido encontrados. Teria a construção de Brasília decretado o fim da espécie, com a perda de seu habitat?
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