No primeiro ato: o bicho, a música e o churrasco. Por Évelin Argenta.
No segundo ato: Madureira chorou, mas João Cabral de Melo Neto também. Por Flora Thomson-DeVeaux.
Os bugios-pretos (Alouatta caraya) são conhecidos pelo barulho assustador que fazem no meio das matas. Mas apesar do ronco imponente, nem de longe são grandes predadores. Os bugios comem folhas, flores e frutos. Só que a proximidade com os seres humanos está mudando os hábitos da espécie. Pesquisadores do Rio Grande do Sul perceberam que eles estão comendo churrasco. Uma prática que, apesar de nova, já era retratada na música e folclore locais.
Ao longo do século XX, o fascínio dos franceses pela música brasileira produziu alguns monstros musicais. “Funeral de um lavrador” virou uma música pop; “Madureira chorou” virou uma canção alegre; músicas que não tinham nada a ver com favelas nem praias ganharam toques pitorescos nas letras; e muita música de elevador passeou por aí se apresentando como samba ou baião. A pesquisadora Anaïs Fléchet resolveu estudar o que essas metamorfoses musicais podem nos dizer, tanto sobre a França quanto sobre o Brasil.
(Essa história foi produzida com apoio do What the France Xique, uma marca do Centro Nacional da Música da França que visa promover a produção musical francesa no exterior. Conheça mais em https://whatthefrance.org)
Utilizamos cookies para personalizar e melhorar a experiência na navegação e analisar o tráfego e utilização do nosso site.