No primeiro ato: uma visão em preto e branco, e uma pequena história das tintas no Brasil. Por Karina Sérgio Gomes.
No segundo ato: a cidade da bacia carbonífera catarinense que comprou briga contra a indústria do carvão. Por Bárbara Rubira.
No começo dos anos 50, produtos artísticos importados ao Brasil foram classificados como itens de luxo. Poderia parecer plausível – mas para os artistas brasileiros, foi uma ameaça existencial. E eles reagiram como puderam: com a cor. Ou a ausência dela. Numa conversa com a Branca Vianna, Karina Sérgio Gomes explica como essa briga tá se arrastando até hoje e o que ela diz sobre a economia, a indústria e a arte no Brasil.
A cidade de Orleans fica no sul de Santa Catarina, na bacia carbonífera catarinense — uma região historicamente dependente da exploração do carvão mineral. O minério esteve presente desde a origem da cidade, no século XIX, quando o terreno foi escolhido como dote do casamento da Princesa Isabel.
Mas Orleans não tem mineração de carvão há décadas, em parte por conta de mobilizações populares contrárias à exploração por seus impactos ambientais. Esse posicionamento chegou a ser oficializado na legislação municipal, com artigos que proíbem a exploração de carvão no município.
Nos últimos anos, a indústria carvoeira da região briga para voltar a explorar em Orleans, inclusive com medidas judiciais: o TJ-SC, depois de ação movida pelo Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (SIECESC), julgou em 2019 que a legislação municipal de Orleans que impede a exploração de carvão na cidade é inconstitucional. E em resposta, movimentos populares voltaram a se organizar por lá.
(Essa história foi produzida com o apoio da Thomson Reuters Foundation. O conteúdo é de inteira responsabilidade da Rádio Novelo.)
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