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Episódio 28

Estranhas no ninho

Estratégias para não sair do lugar

01 JUN 2023

No primeiro ato: a ascensão profissional de duas mulheres no crime. Por Bárbara Rubira.

No segundo ato: a História e as histórias. Por Natália Silva.


APRESENTAÇÃO ATO 1

Mais vale uma mulher na boca

Tereza é uma mulher de 70 e poucos anos, já aposentada. Atualmente, vive de investimentos que fez ao longo da vida e dedica seu tempo aos cuidados com o neto. Dos 14 aos 60 anos, ela construiu uma trajetória de sucesso no tráfico de drogas do Rio de Janeiro.

Cicatriz é uma jovem de 28 anos, que cresceu na favela e viu no crime uma oportunidade de ganhar dinheiro depois de um acidente grave. Depois de 10 anos trabalhando no tráfico, foi boicotada na hierarquia da firma. O motivo era um só: Cicatriz não poderia ocupar o posto mais alto da cadeia de comando por ser mulher.

As duas mulheres contaram suas histórias para Thayssa Rios, pesquisadora e mestre em Justiça e Segurança pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Em sua dissertação de mestrado — intitulada “Melhor ter uma mulher na boca do que 10 fuzil”: a construção social da traficante entre trabalhadoras e trabalhadeiras em favelas da região metropolitana do Rio —, ela analisou o papel do gênero na vida e no ofício das mulheres que trabalham no tráfico de drogas.

(Esta reportagem teve o apoio da Wondery, que produz podcasts originais em português como Nenê da Brasilândia, feito em colaboração com a Rádio Novelo. Os oito episódios de Nenê da Brasilândia estão disponíveis em todas as plataformasdepodcast)


APRESENTAÇÃO ATO 2

A História e as histórias

Combater o racismo nunca é fácil, mas Silvana Nunes escolheu trilhar um caminho ainda mais difícil – travando a batalha em território inimigo. Nascida e criada em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, ela se incomodava com a forma como a cidade trata a memória do período da escravidão.

Durante os anos em que trabalhou num hotel da região, ela e outras mulheres negras foram obrigadas a servir café aos hóspedes vestidas como pessoas escravizadas. Inconformada, Silvana decidiu adotar uma estratégia nada ortodoxa para conscientizar turistas de que não é com nostalgia que devemos olhar para esse passado tenebroso.

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 Silvana Nunes vestida como Marianna Crioula, escravizada líder da Revolta de Vassouras, em 1838

Silvana Nunes vestida como Marianna Crioula, escravizada líder da Revolta de Vassouras, em 1838© Arquivo pessoal/Silvana Nunes

Silvana Nunes, vestida como Marianna Crioula, durante a visitação de um grupo de turistas em uma fazenda de café em Vassouras

Silvana Nunes, vestida como Marianna Crioula, durante a visitação de um grupo de turistas em uma fazenda de café em Vassouras© Arquivo pessoal/Silvana Nunes

Silvana Nunes guiando um grupo de estudantes em uma fazenda de café em Vassouras

Silvana Nunes guiando um grupo de estudantes em uma fazenda de café em Vassouras© Arquivo pessoal/Silvana Nunes

REFERÊNCIAS DESTE EPISÓDIO
Episódio 27
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créditos do episódio
Apresentação Branca Vianna
Reportagem Bárbara Rubira e Natália Silva
Direção criativa Paula Scarpin e Flora Thomson-DeVeaux
Direção executiva Guilherme Alpendre
Gerente de criação Tiago Rogero
Gerente executiva Marcela Casaca
Gerente de produto e audiência Juliana Jaeger
Produtores sênior Vitor Hugo Brandalise, Évelin Argenta e Bia Guimarães
Produtoras Bárbara Rubira, Júlia Matos e Natália Silva
Checagem Camila Olivo
Montagem Mariana Leão
Desenho de som Paula Scarpin
Música original Mari Romano (Maria vai com as outras), Stela Nesrine e Amon Medrado (Nenê da Brasilândia) e Victor Rodrigues Dias (Rádio Novelo Apresenta)
Música adicional Blue Dot
Mixagem Pipoca Sound
Desenvolvimento de produto e audiência Bia Ribeiro
Conteúdo de redes sociais Gilberto Porcidonio
Designer Mateus Coutinho
apoio do episódio

A história "Mais vale uma mulher na boca" teve o apoio da Wondery, que produz podcasts originais em português como Nenê da Brasilândia, feito em colaboração com a Rádio Novelo. Os oito episódios de Nenê da Brasilândia estão disponíveis em todas as plataformas de podcast.

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