Aos poucos, eles estão sendo descortinados. São desenhos grandes, cavados em valas profundas e feitos com uma matemática sofisticada: círculos, quadrados, hexágonos, grandes rodas com estradas irradiando de todos os lados. Esses são geoglifos, marcas na terra feitas por povos indígenas de séculos passados, que estão sendo revelados aos olhos dos satélites pelo pior motivo possível: o desmatamento desenfreado da Amazônia.
Agora, no entanto, uma nova tecnologia a laser, o LiDAR, está varrendo a floresta para descobrir geoglifos antes que a floresta seja removida. E a esperança é que a identificação de novos sítios arqueológicos possa ajudar a preservar o passado e o futuro da Amazônia de uma tacada só.
No primeiro semestre de 2024, Letícia Leite acompanhou arqueólogos numa expedição do projeto Amazônia Revelada a sítios arqueológicos localizados entre o sul do Amazonas, oeste de Rondônia e leste do Acre. Eles queriam conferir de perto as formações que tinham visto do ar –mas as dificuldades que eles encontraram em campo só reforçam as ameaças iminentes, tanto aos geoglifos quanto à floresta.
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