No primeiro ato: o coração do inventor que (quase) ninguém vê. Por Ana Pinho.
No segundo ato: uma lacuna na lista do Daniel. Por Bia Guimarães.
Num dia de julho de 1932, o médico encarregado de fazer um embalsamamento teve uma ideia. Seria uma maneira de homenagear um herói nacional e preservar um pedaço da história dele –um pedaço bem literal. O problema é que nem o herói, nem a família dele, tinham compactuado com essa ideia. E o resultado é que o coração de Alberto Santos Dumont vive um estranho exílio do resto do corpo, rodeado de aviões de guerra e preservado num museu onde poucos percebem que ele existe.
Quando o Daniel era adolescente, ele e uma amiga começaram uma brincadeira. O desafio era completar um alfabeto de beijos, ou seja, beijar pelo menos uma pessoa cujo nome começasse com a letra A, outra com a letra B, e assim por diante. Depois de um tempo, a amiga deixou esse jogo pra lá, mas ele seguiu firme e forte. A lista dos beijos se tornou uma parte importante da vida do Daniel, uma espécie de coleção que diz um tanto sobre ele e outro tanto sobre o mundo à nossa volta. E ele procurou a nossa ajuda para encontrar a parte – no caso, a letra – que estava faltando.
Gráfico de aproveitamento dos beijos de Daniel Foto ©Daniel
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