Nos anos 1970, o Estado brasileiro operava a partir de dois pressupostos: o de que no coração do país havia um imenso “vazio demográfico”, e o de que os poucos indígenas que moravam por lá estavam fadados a sumir. Essas duas ideias começaram a ruir a partir do Programa Povos Indígenas no Brasil, que acabou comprovando que não só tinha bastante gente naquele “vazio”, mas também que, longe de estarem sumindo – e apesar de todas as violências contra elas – as populações estavam aumentando.
Esse levantamento virou um dos pilares das reivindicações do movimento indígena na Constituinte de 1987 – porque as Constituições anteriores davam apenas direitos temporários aos povos indígenas, considerando sua iminente extinção. Com esses dados em mãos, e com novas possibilidades de comunicação, líderes como Ailton Krenak conseguiram tomar a tribuna do Congresso e mudar a Carta Magna do país.
Quem conta a história é Idjahure Terena, que pesquisou o “Programa de Índio”, o programa de rádio do Ailton Krenak nos anos 1980. Idjahure também conversa com o pai, Mac Suara Kadiwel, sobre a experiência dele nesse período. Mac Suara foi, se não o primeiro, então um dos primeiros atores indígenas a estrelar grandes produções no país. Mac nunca foi ativista, mas sua trajetória navega entre a cultura mainstream e as muitas frentes da luta indígena.
(Essa história foi produzida com apoio do Instituto Socioambiental, o ISA. Há 30 anos, o ISA trata meio ambiente e pessoas de forma integrada, e luta em defesa dos direitos de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e comunidades tradicionais nos corredores de Brasília, nas aldeias e nas comunidades.)
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